Escrevo hoje na sequência do artigo "Os novos radicais" e da publicação inquérito que hoje foi conhecido sobre as opiniões do candidato a Loures.
Muitos estarão surpreendido, até é esse o tom da generalidade das notícias sobre o tema, honestamente não me surpreende, bem pelo contrário, mostra bem o estado da sociedade actual e temo que muitos não o saibam interpretar e perceber.
Vivemos num mundo (ocidental) onde o que dizemos tem muito mais importância do que fazemos. Na política isto toma proporções alarmantes e transmite um (mau) exemplo para todos, diariamente amplificado por alguma comunicação social.
Focando-me na política, são inúmeros os casos de processos criminais das mais variadas práticas de utilização do poder público em proveito próprio ou de terceiros, isso parece pouco ou nada contar e temos pessoas destas a vencer repetidamente eleições.
Os partidos de um extremo ao outro, quando têm poder defendem sempre para eles o que não permitem para os outros, quer em regalias, impostos ou até em cumprir a lei. Poucos estão na política com o sentido de serviço publico republicano, se é que ainda existe.
São também inúmeras as discussões vazias e sem sentido por se falar de forma mais ou menos populista sobre questões que dividem a sociedade. É aqui que foco hoje a minha atenção. Recorrendo ao tal inquérito, vemos o enorme divorcio entre as opiniões anónimas e a dos nossos representantes eleitos.
Há um medo enorme em tocar nos problemas fracturantes, ignoram-se ou escondem-se debaixo da camuflagem de desigualdade e de falta de integração. Confundem-se causas com efeitos. Apelida-se de populista quem desalinha do diapasão. Nada se faz.
Pois bem, a perigosidade é enorme porque quando as pessoas não se sentem devidamente representadas tendem a seguir quem as ouve, tenha lá que intenções tiver. A história, até a recente, dá-nos bons exemplos disso.
Convém não nos esquecermos, que o voto é anónimo, que resulta da mesma opinião anónima que se manifestou no inquérito. Continuemos a viver numa sociedade de "faz de conta", onde só se discute e fala politicamente correcto... e mais tarde ou mais cedo teremos mais surpresas.
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