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Mostrando postagens de agosto, 2017

Tempestade Perfeita

Não, não resolvi falar de furacões e tornados, mas sim de uma peculiar combinação de factores que ameaça reduzir o futebol à dimensão do país. Ainda assim ele teima em se manter grande e projectar o nome de Portugal no mundo.... mas até quando? Por cá discute-se, justiça, disciplina, maledicência, cargos, tecnologias e até coisas piores. Do verdadeiro futebol... cada vez menos. A proliferação de programas de televisão e "sites" internet dedicados ao futebol, veio modificar drasticamente o panorama da comunicação social desportiva, roubando espaço aos tradicionais jornais, que bem ao mal, tinham os melhores profissionais e décadas de história. A competição pela noticia tornou-se feroz, no mesmo dia diz-se que sim, que não e que talvez, sem perceber, sem investigar, sem fundamentar e validar as "fontes". No fim citam-se uns aos outros quando não as têm. Os clubes, cientes desta fragilidade da comunicação social, construíram departamentos de comunicação cuja

Os novos radicais

Hoje falo de mais um fenómeno preocupante de radicalismo. Não, não é religioso. Nem sequer ideológico. O estado, esse nosso sempre presente "paizinho" que nos regula a vida, a cada passo ganha mais e mais intervenção. Apesar de algumas privatizações e apelos dos nossos credores para diminuir a sua presença na economia, não para de crescer e de se impor ao país. Pode entrar na nossa privacidade, escutas, sigilo bancário, inversão do ónus da prova nas finanças. Regula a nossa vida ao ínfimo pormenor de definir o teor de sal permitido no pão. Contra todas as indicações europeias regula artificialmente mercados que estavam a ser liberalizados, isto depois de subsidiar sem qualquer justificação os monopolistas. Pasme-se, manda retirar do mercado manuais porque têm labirintos diferentes para meninos e meninas... nem entro nessa polémica, mas não deveria ser o consumidor a penalizar esses ditos erros do produto? E a seguir vamos banir as sais curtas e os calções por terem alturas di

Portugal dos pequeninos

Voltando ao futebol do artigo anterior, para servir de mais uma metáfora à nossa sociedade. Os clubes, aliás como o generalidade das empresas, em Portugal enfrentam uma realidade de quererem ser "bonzinhos" cá dentro ou arriscarem competir lá fora. No futebol, temos até alguns bons exemplos, que infelizmente nem são muito comuns noutros sectores. Podemos dizer que o futebol vive num regime de excepção financeiro e social quase irreplicável por qualquer outra actividade. Verdade, mas por mérito próprio diga-se. As academias multiplicam-se e exportamos frequentemente talento e sucesso. Estamos no inicio do percurso para o sucesso financeiro e fundamentalmente "motivados" pela incapacidade da banca continuar a financiar este negócio como fazia. Bom, mas nem tudo são rosas, como no milagre. Quem não se adapta a esta realidade reclama por uma forma artificial de nivelar (por baixo, seria impossível de outra forma) a nossa competição, já de si mesma pequena. Fal

O mural e a moral

Mais um artigo sobre actualidade, desta vez futebol mas não só. Ontem ouvimos um árbitro internacional vociferar vernáculo a um guarda redes das camadas jovens para se comportar bem e voltar para o seu lugar. Evitando as clubites e até o historial dos envolvidos, já tenho várias ideias sobre o assunto que gostava de partilhar. Tratando-se de um árbitro internacional e uma referência (por mérito próprio refira-se) além do acto em si temos de o perceber como um (mau) exemplo para a classe e até para a sociedade. É a autoridade dentro daquele rectângulo onde se joga à bola. O jogador, segundo percebi terá desafiado a sua autoridade, está errado é certo, mas é um jovem de academia e quantos não o fazem nas nossas escolas diariamente. Imaginem os professores a reagir assim nos tempos que correm... Pior, como não temos, as muito debatidas gravações das comunicações de arbitragens, tomamos a parte pelo todo e generalizamos quando provavelmente nesta geração de árbitros isso já não será bem as

Liberdades

Na sequência do artigo anterior sobre comunicação social, resolvi continuar a comentar esta matéria noutra vertente da maior emergência e actualidade. A liberdade de expressão, como todas as liberdades deve ser inquestionável... bem desde que não ponha a liberdade do próximo em questão. Parece óbvio, mas infelizmente não é. Como todas as regras e práticas humanas  é imperfeita e sujeita a interpretações. Sem me referir a este ou aquele caso, até porque não é meu objectivo envolver-me em polémicas irracionais e incendiadas por quem em muitos casos só pretende notoriedade a qualquer custo, vou tentar explanar a minha opinião. Concordo com quem diz que mau gosto não é crime, concordo até que se exponham publicamente as fraquezas de cada um, as fraquezas das instituições e até as fraquezas da sociedade, com humor, sátira, ou a simples denúncia. Seja para as tentar melhorar ou até no limite apenas ganhar notoriedade. Os limites para além do mau gosto e que configurem matéria criminal, esses

Raison d'être

Hoje resolvi comentar o estado da comunicação social à qual de muitas formas tenho estado sempre ligado. No século XIX, mas principalmente no século XX, a comunicação social e acima de tudo o jornalismo que não é bem a mesma coisa, tornaram-se no muito falado quinto poder. Fizeram terminar guerras, cair governos e governantes, ajudaram a desmascarar criminosos, ajudaram a formar uma moral colectiva moderna e a criar a idade da informação. Acima de tudo fizeram o mundo mais pequeno e humano, trazendo para dentro deste novo mundo uma grande parte da população que antes estava ostracizada. No século XXI, a informação ganhou vida própria, independente de meios institucionais. Cada um de nós está a um "click" de comunicar para o mundo. A comunicação social tem tido uma tremenda dificuldade em se adaptar a este novo fenómeno. Luta diariamente com quem não tem os mesmos objectivos, as mesmas causas, com quem não tem até quaisquer valores morais. Com quem não tem sequer de res